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Vaticano divulgou nesta sexta-feira, 24, a mensagem do Papa Francisco para o
51º Dia Mundial da Paz, que será celebrado em 1º de janeiro de 2018. No texto,
Francisco chama a atenção para a situação dos mais de 250 milhões de migrantes
no mundo, dos quais 22 milhões e meio são refugiados.
“Com espírito de misericórdia, abraçamos todos aqueles que fogem
da guerra e da fome ou se veem constrangidos a deixar a própria terra por causa
de discriminações, perseguições, pobreza e degradação ambiental”, afirma.
Na mensagem, o Santo Padre reflete sobre o motivo de haver
tantos migrantes e refugiados no mundo. Ele recorda que, na mensagem para essa
mesma data no ano 2000, o então Papa João Paulo II incluiu o número crescente
de refugiados entre os efeitos das guerras, conflitos, genocídios e “limpezas
étnicas” que caracterizaram o século XX.
Francisco explica que, infelizmente, até agora não houve uma
mudança no novo século, de forma que os conflitos armados e outras formas de
violência continuam causando o deslocamento de populações, dentro dos países ou
fora deles. Mas também há outros fatores, como o desejo de uma vida melhor. “As
pessoas partem para se juntar à própria família, para encontrar oportunidades
de trabalho ou de instrução: quem não pode gozar destes direitos, não vive em
paz”.
Indo na contramão da retórica adotada em muitos países de
destino que enfatiza os riscos para a segurança nacional ou o peso do
acolhimento dos recém-chegados, Francisco convida a um olhar contemplativo
dessa situação, um olhar de confiança, enxergando a oportunidade de construir
um futuro de paz.
“Detendo-se sobre os migrantes e os refugiados, este olhar saberá
descobrir que eles não chegam de mãos vazias: trazem uma bagagem feita de
coragem, capacidades, energias e aspirações, para além dos tesouros das suas
culturas nativas, e deste modo enriquecem a vida das nações que os acolhem.
Saberá vislumbrar também a criatividade, a tenacidade e o espírito de
sacrifício de inúmeras pessoas, famílias e comunidades que, em todas as partes
do mundo, abrem a porta e o coração a migrantes e refugiados, inclusive onde
não abundam os recursos”.
E para oferecer a requerentes de asilo, refugiados, migrantes e
vítimas de tráfico humano a paz que procuram, o Papa fala de uma estratégia que
combine quatro ações: acolher, proteger, promover e integrar. Ele menciona
ainda na mensagem o processo que, ao longo de 2018, deve definir e levar a ONU
a aprovar dois pactos globais: um para migrações seguras, ordenadas e regulares
e outro sobre refugiados.
Francisco conclui a mensagem recordando Santa Francisca Xavier
Cabrini, padroeira dos migrantes. “Esta pequena grande mulher, que consagrou a
sua vida ao serviço dos migrantes tornando-se depois a sua Padroeira celeste,
ensinou-nos como podemos acolher, proteger, promover e integrar estes nossos
irmãos e irmãs. Pela sua intercessão, que o Senhor nos conceda a todos fazer a
experiência de que ‘o fruto da justiça é semeado em paz por aqueles que
praticam a paz’”.
Por Canção Nova, com Boletim da
Santa Sé